Na estação











Alguns sorriem, outros dormem em um canto encostado que lhe cabe a alma,outros preocupados com a mensagem corriqueira do celular,outros atentos ao nada ao redor,outros sós, outros se beijam....

Um metrô rodeado de jovens, velhos, negros,lindas mulheres, outras nem tanto, e um carregando uma muda de laranjeira , ensinando ao outro como se planta.
Eu, em pé....olhando, observando as outras pessoas, que por certo, também me observavam.
Mas ninguém se cumprimenta,ou fixa o olhar no outro.

Cada qual com sua particularidade que o medo revela.
Perdeu-se a ternura, o afeto, a paciência com o idoso que de pé, implora um lugar que é seu.
Arredios e cuidando cada qual de seus pertences, já não nos vimos mais como de raça única. E inquietos perdemos instantaneamente a memória do que é bom.
Calados e encostados sobre seus alicerces,segue-se o trem num trilho qualquer,e damos graças a Deus quando se para na plataforma de destino.
Todos tem uma parada, um ponto certo,um "perto de casa"! Mas ninguém se olha.
Que pedaço de vida é este que a delicadeza das palavras desaparece nos vagões?
Até onde este trem nos levará lustrando os pesados trilhos que nos carregam?
Qual a plataforma realmente desejada?
Onde fica a verdadeira estação onde um dia todos iremos desembarcar sem escolha?
Será que pelo menos lá,um "bom dia" seja útil? ou quem sabe um sorriso dizendo: " Que bom que voce está aqui"!!!
Uma multidão estava lá; e todos sós!
 Sandra

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