Eu ainda vou lhe dizer todas as nossas inverdades!

Das marés








Onde debruça o peito,tece as lágrimas que a saudade deixa.
E lá vai ele, em busca do mar.
Não olha o que deixa,
senão, não iria.
Até que o barco suma no horizonte amarelo/avermelhado,
os cotovelos cravados na janela repousam.
Fim de tarde..
Se foi.
A casa pequena é abrigo do vazio.
Quantos dias até a volta?
Qual maré irá trazê-lo..
de frente...
olhando...
querendo...
Esperar,ainda é o único infortúnio que torna as noites longas.
Mar...grande mar.


Sandra

Vírgulas






Quanto for me escrever, escreva com caneta de pena,mas sem pena.
Delicadas curvas,de leve,sem pressa!
Uma letra por vez...
molhando no tinteiro a tua vontade de dizer!

Sandra

Voltando...




Eu sou aquilo que falo, aquilo que escrevo e aquilo que não lhe interessa.Perceber a mim é por demais nostálgico.Sou aquele LP que marcou sua juventude,que você lembra na sua maturidade, e tenta a cópia na velhice...Quase ninguém ouve, quase ninguém conhece....mas está lá: nas suas lembranças.
Sandra





As frô ficava la no jardim. Muitas rosa....Tudo tinha cor,e nóis brincava na rua, enquanto minha mãe cuidava delas com carim.A chuva vinha, as pétala caía,e quinem mágica,no dia siguinte, tava tudo lá di novo aprumadim. Minha mãe tinha as mão de fada!Lembro muito dela, cadiquê ela deixô nóis, eu tinha só 14 anu.Ela quais num teve tempo de mi insina as coisêra da vida.Mas teve tempo de mi insiná o qui é amô. Fico pensanu nela com essa netaiada toda. Os pãozim de forno, o angu doce,os xingatório causa das bagunceira.E dispois,dava beijo e cariciava!!!! Dizz qui Vó é sigunda mãe.Intão eu posso dizê que ela ia sê a sigunda, a terceira, a quarta e poraí vai.Sôdade dos meus vistidim em cima da cama depois qui eu tomava bain! Da muchila da iscola rrumadinha em cima da mesa,do chêro dela,dos cabelo preto,das zunha feitiiinha de ismalte! Sôdade daquilo qui num pudi vivê cuela.

Abenção minha mãe,ai do céu qui eu sei qui ocê tá.  Cadiquê gente qui cuida das rosas faiz veste pros anju!!!!!!!!
 Sandra

sua bençao







Sua benção, Véia Francisca. Disfarça essa tristeza nos zóio dos seus 11 fio qui si foi pra Sanpaulo e qui nunca mais vortaro. Chorei concê, quando da sua boca ouvi seu lamento de tristeza e sôdade. Seus fio são meus fio que a vida ta levano nessa travessia do rio que desce ribeira abaixo.Os nosso fio,não são nossos fio. Eles é do mundo que a marvadeza do pogresso,das  faculdade distante, dos istudo na capitá, afasta de nóis,nossos minino. Mais na lida e simpricidade, o Nossinhô caminha cunóis,modi apartá a falênça desse amô. Assunta o mutivo... Assunta o futuro... Assunta o ganha pão! Cá das minas,das nossas terra ,tem pôca evolução. Deixa os minino simbora,cunhecê a imensidão. Asim um dia, quem sabe, eles vortá e vê,com mais atenção, que nem istudo e nem dinheiro.. nem a tar sabidoria, é maior que passarim na janela ao meio dia!!!


(foto de Bruno Gomes Lima Molinari/ Dna Francisca/ Caminho da Luz)

O Homi do leite





Inté vi ele.
 Anadanu na ruazinha da cidade. 
Queto, calado sozim..... carregano nas costa a vida que Deus lhe Deus. Vontade de proziá c"uele. Mas é ligeira nossa passage. 
Intão só pidi  a Deus que os caminhos dele fosse mais leve, com fartura,e sabidoria. E acho que Deus ja deu isso pr"ele cadiquê, os anos tão istampado nas rugas.....e ele continua!!!!!




E intão, ele saiu cavalganu manso.Calado.
 Vai  vê foi discansá. 
Manhã cedim ele vorta.


- Tarde!
- Tarde!! 
- Sõ ta bão? 
- Tô bão e a sinhora? 
- tamém to boa.... - Danu umas vortinha no cavalo ou vai apiá? 
- vô  não sinhora.
_ Intão té logo. 
- Té logo pra sinhora tamém. 
(e eu credito qui num tem qui té muito pra tê inducação e paciença)
Foto tirada em Queluzito

Me espere até amanhã





O seu amor dentro de mim é um calafrio

Sua respiração me embala,é poesia

Parece só um sonho bom mas é verdade

Que dói aperta o coração como a saudade!

Me sinto leve como um anjo apaixonado,

Rodopiando por aí como um tornado

O seu olhar me beija a alma e faz ferida

Como se eu te devesse mais amor de outra vida

O nosso amor é um jeito antigo de querer

É valsa de Chopin

É o riso aberto do futuro me chamando:

Me espere até amanhã!

Moacir Franco