Troco um jantar requintado por um arroz-feijão feito em casa refogado com muita cebola, alho e papo furado.

Há um rio se afogando em mim...

secando...

secando...

secando

Hoje eu te vi passando

pela rua....sereno,tranquilo e feliz.

Hoje eu te vi na rua. entre as calçadas

pisando levemente nas pedras que calcei.

Hoje eu ti vi na rua...

e por um isntante de cabeça baixa.

Lembra?

Lembra?

voce estava pensando? recordando?

Não sei.

Por que eu só via. e não conseguia entrar nos teus pensamentos.

Eu estava lá

e vc não me via.

Não sei até onde vai sua caminhada, mas

se voce se perder por ai,

me dê sua mão...eu te busco, onde quer que seus pés o levem.

Hoje eu ti vi por ai....

De repente , deu vontade de um abraço... 

Uma vontade de entrelaço, de proximidade ... de amizade, sei lá !
Talvez um aconchego amigo e meigo, que enfatize a vida e amenize as dores ... que fale sobre os amores, seja afetuoso e ao mesmo tempo forte ...
Deu vontade , de poder ter saudade de um abraço.
Um abraço que eternize o tempo e preencha todo o espaço.


Mas que faça lembrar do carinho, que surge devagarinho, na magia da união dos corpos, das auras, sei lá!
Lembrar do calor das mãos, acariciando as costas, a dizerem : - Estou aqui !
Lembrar do enlaçar dos braços, envolventes e seguros, afirmando : - Estou com você !
Lembrar da transfusão de força, ou até da suavidade do momento, sei lá.
Então, pensei em como chamar esse abraço: abraço poesia, abraço força, abraço união, abraço suavidade, abraço consolo e compreensão, abraço segurança e justiça, abraço verdade, abraço cumplicidade ?


Mas o que importa é a magia desse abraço, a fusão de energias que harmoniza, integra o todo e se traduz no cosmos, no tempo e no espaço... Só sei que agora , deu vontade desse abraço : Um abraço que desate os nós, transformando-os em envolventes laços ... Que sirva de "colo", afastando toda e qualquer angústia... Que desperte a lágrima de alegria e acalme o coração... Um abraço que traduza a amizade, o amor e a emoção. E para um abraço assim, só consegui pensar em você . Nessa sua energia, nessa sua sensibilidade, que sabe entender o porque dessa minha vontade.


SANDRA

Eu preferiria mil vezes continuar sofrendo pela ausência.
Agora sofro pela presença/ausente.
Por que sei que estás e não estás.
Enquanto meus olhos não te alcançavam, só as lembranças e os "por quê" assombravam meus dias.
E eu, calada,quieta, ausente dos lugares prováveis que você pudesse estar, para que minha fraca pele não pedisse a sua. Mesmo por que já não é mais minha.
É só saudade que mata, e as perguntas incessantemente em minha cabeça.
Por dias esqueci, por noites não dormi,por vezes me lembrei, por horas fui feliz.
E tento a cada dia acordar e não esperar, não me questionar, nem sequer saber.
Mas há uma sombra sua que cobre um pedaço de mim... por trás de mim, com olhos atentos, mas escondidos.
E me fez voltar a todos os questionamentos que eu tenho feito.
Deixei um pouco de viver, se quer saber.Não houve mais motivação que me pudesse trazer de volta de onde me colocaram. Tentei pedir ajuda, mas preferi meu silencio e ausência, por orgulho e maldição,para que sua liberdade não fosse violada.
Fui fadada a tantas maldades alheias, de resquícios de inimizades, de perguntas sem respostas,de noites e noites de amarguras......mas resisti. e alguns resistiram comigo.
Preferi sua morte tantas vezes, e o matei entre os que me cercavam, para que parassem de me perguntar por que eu chorava.
Eu te matei pra muitos. Como uma forma de eu enterra tudo que eu vivi junto com você.E então seria uma única dor.
Eu ando por aí...entre meus livros, minhas musicas.
Sorrio por vezes, canto, me alegro, fiz novos amigos,e um tal de ódio, que eu não tinha, mas acumulei experiências que me fizeram conhece-lo.
E quando toca aquela musica que diz " dava 10 anos de vida pra te ver voltar",já não canto mais....pois a perdi junto comigo......me perdi também!
Mudei.....nossa! como eu mudei. Não em sentimentos, ou besteiras escritas numa folha em branco. Mas já não há tantos sorrisos rondando meu jardim,apesar de eu teimar em permanecer nas minhas andanças, e as borboletas? Ainda resistem as minhas tempestades.
Como eu fiquei? Como eu resisti? como eu estou? Eu ainda não sei......
Esta resposta só cabe a você responder.Melhores respostas vem da imparcialidade,quanto ás perguntas, deixe que elas continuem criando asas e saiam por ai como as borboletas: voando alto, até que um dia alguém as esmague.
Sandra