Nos rios

Eu pensei que pudesse.
Que eu pudesse esquecer  você de vez!
Não tem nada que nos una, nem nada que nos segure,
Então, é melhor te esquecer.
Vejo você passando em meus pensamentos e se divertindo às minhas custas!
Você sempre sorri! Sentando em algum lugar distante,criando suas cenas, e se deleitando.
Fico eu aqui, vendo esse filme ridículo, de um amor impossível, sem eira nem beira, perdido entre essas façanhas cerebrais!Ja te disse que não quero você? 
Já! milhões de vezes e centenas de "esqueça".
Por inúmeras vezes me segurei a não te agarrar. Beijar sua boca, arrancar minha roupa molhada de quando fiquei esperando voce, debaixo da janela, na chuva; me atirar na sua cama e dizer a você tudo aquilo que engasga esses anos todos.
Não suporto sua calma! Seu jeito de deixar pra depois, de me contar depois, de esperar pra depois!
Sua historia fica sempre pra trás. Caiaques virados, e minhas correntezas vorazes!  
Acelera esse passo!
Me empurra pra seu lado, me joga no lado do  caroneiro do seu carro,me acorda!
Pára com essa mania de me contar tudo "depois"!
A vida é agora!
Meus sentidos são imediatos!
Minhas vontades não podem sucumbir a seu tempo!
Esquece esse mar salgado que não te faz afundar!
Vem para meu rio, de águas turbulentas, de remos soltos!
Cansei de gritar na cratera da montanha pra ecoar meus sentidos!
Não vês?
Não sente o cheiro?
Que mais preciso remar?
O que mais?

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